Um date – Parte I
Retirado de outro site: Crédito : Alexa
UM DATE – PARTE I
O desejo que eu achava que estava morto reapareceu.
Estou sozinha já há alguns anos. O meu desejo ou interesse pelo sexo masculino ou feminino desapareceu. A minha chama não voltou a reacender desde que o meu querido ex-esposo me deixou. Coisas da vida, contudo há sempre reviravoltas.
Um date – Parte I
Estamos no mês de Janeiro. É segunda-feira à noite e chove torrencialmente. Ao longe ouvem-se os trovões que vão ficando cada vez mais perto. O meu cão, Terror, e a minha gata, Peste, estavam junto de mim assustados com a tempestade que se fazia sentir do lado de fora do nosso apartamento.
O meu telemóvel vibra. “São dez da noite mas quem me procura?”, pensei.
Era o João.
“Estou ansioso por finalmente ter a oportunidade de te conhecer pessoalmente. Vou finalmente ver-te e não vou precisar de um telemóvel” , escreveu ele.
“Encontramo-nos no sábado como combinado”, respondi-lhe rapidamente.
Conheci o João através de uma rede social. Após algumas trocas de mensagens que se foram prolongando ao longo de meses, finalmente iríamos encontrar-nos. Ele era natural do mesmo sitio que eu, no entanto, o seu trabalho precisava que ele se ausentasse, pois seria destacado para o norte do país.
Chegou o sábado e com ele as borboletas no estômago. Estou ansiosa. Sei que é apenas um café e é sem qualquer compromisso ou promessa de que algo ocorrerá entre nós. No entanto, estou a sentir este nervoso miudinho. Depois de passar algum tempo sozinha e na defensiva com tudo e todos tenho um pouco de receio em dar-me a conhecer.
Escolhemos um café que fosse do agrado de ambos. Ficámos naquela esplanada o resto da tarde. A conversa fluía e não dávamos conta das horas a passarem.
– Que me dizes de continuar esta conversa enquanto jantamos? – disse-me.
Fui apanhada de surpresa.
– Desculpa, João. Não estava a contar com isso, pois tenho que ir dar jantar aos meus terroristas lá de casa. – respondi-lhe entre risos – Só se quiseres vir comigo e eu cozinho algo para nós.
– Parece-me ser uma boa ideia. – diz-me com um sorriso.
Seguimos até ao meu apartamento.
Quando chegámos, o Terror foi logo inspeccionar o forasteiro que ali tinha aparecido, enquanto que a Peste nem se incomodou com a sua presença e se apressou a encaminhar-se para junto de mim enquanto miava desinsofridamente. A Peste ainda não aprendeu que não é por miar de forma descontrolada que irá ter a comida mais depressa.
– Imagina que não lhe dava de jantar… amanhã esta gata ainda dava cabo de mim! – disse.
Depois das feras estarem alimentadas fui mostrar os cantos da casa ao João.
– Tens uma vista privilegiada sobre o rio… Lindo! – disse-me enquanto observava as luzes da cidade e o rio Tejo ao longe da janela da sala.
Deixei o quarto para o fim. Ele encaminhou-se novamente para a janela para admirar a paisagem.
– Qual é a sensação de acordar e ver uma paisagem destas? – perguntou-me.
– Para saberes, talvez seja melhor experimentares.
Ele engoliu em seco. Aquela resposta apanhou-o de surpresa.
Ao longo da tarde e da noite estive com bastante atenção a tudo o que me dizia e como o proferia. Através de todas as informações que fui capaz de reunir sobre o verdadeiro “eu”, o João naquele conjunto de horas conclui que ele pensava que estava a tomar conta das rédeas da situação, mas nem por sombras.
– Estava a pensar fazer algo como género tapas e petiscos para acompanharmos a garrafa de vinho que tenho ali. Comprei-a para beber contigo. – disse-lhe com um sorriso maroto.
Com os poucos condimentos que tinha em casa, lá consegui desencantar algo para petiscarmos.
Ao longo do jantar, o João foi-se aproximando de mim. Primeiro tocou-me na perna de forma tímida, depois já os seus dedos dançavam ao longo dela. Deposita-me um beijo no ombro e outro na face. Ofego. Os meus pontos fracos ficam expostos assim que começo a ofegar, ansiando pelo momento em que os nossos lábios se tocam pela primeira vez.
Quando os nossos lábios finalmente se tocaram, um novo cenário entrou em jogo.
O desejo que eu achava que estava morto reapareceu. Primeiro, ao vê-lo pessoalmente e depois, a sua conversa ao longo do dia foi-me fascinando e cativando a querer mais.
Estamos envolvidos entre toques, apertões, beijos e mordidas eu sucumbi ao desejo que sentia por aquele homem.
– Anda… – digo-lhe ao ouvido.
Não espero por uma resposta da sua parte e levo-o até ao meu quarto. Sento-o na cama. Lentamente ele retira-me a tanga que eu tinha vestida debaixo da minha saia. Eu ajoelho-me perante ele e começo a desapertar-lhe o cinto e depois a desabotoar-lhe as calças. A ansiedade que sentia desapareceu ao ver aquele proeminente pénis a ressaltar-lhe dos boxers.
Não espero. Engulo-o de uma vez. O meu corpo estava desejoso por algo assim. A cada investida que dou sinto-me cada vez mais húmida. Ele tenta que eu pare para me conseguir despir, mas eu não quero parar. Não agora, depois de tanto tempo parada.
Ele mexia-se e remexia-se.
– Pára Elise. – disse-me. – A tua boca é por demais. Estou a a-tin-gir…
Não parei. Não quis saber o que ele tinha dito. Quis saborear e devorar aquele homem que estava ali à minha frente.
Depois de engolir o seu néctar ele agarra-me pelos braços e puxa-me para si. Coloca-me de quatro sobre a cama e num movimento só penetra-me. Começou de uma forma lenta, demorosa, degustativa, mas pouco tempo depois aumentou a sua intensidade. Puxa os meus cabelos para se afundar ainda mais em mim. Agarra-me depois no pescoço e diz-me:
– Ó Elise!… Que corpo… Que boca… Que cú!…
Foi um date diferente, sem dúvida. Que dia… Ufa!
Há anos que não sentia um pénis dentro de mim… Que recordações!… Que delícia!…
Ficámos embrenhados naquele momento durante um bom bocado, mas infelizmente o João não pernoitou em minha casa, pois no dia seguinte teria que regressar ao norte do país.
Esta foi a primeira de muitas noites com o João.
(Continua…)