DESEJOS PROIBIDOS

DESEJOS PROIBIDOS

Já entrei em alguns ônibus lotados também, principalmente aqueles que saem do centro em direção ao subúrbio, por volta das seis da tarde. Pode parecer loucura, eu sei, mas, se me faz bem, fazer o quê? Quando é assim, até me visto estrategicamente com uma sainha mais curta, e troco de roupa antes de voltar para casa. Levo sempre na bolsa um bom perfume também.
Às vezes me encanto com algum passageiro. Uma vez, há uns três anos, conheci no ônibus um rapaz de 18 anos, no máximo. Devia ser estudante porque levava uns cadernos. Ele ficou se encostando em mim. Em cada curva ou parada brusca que o ônibus fazia, ele aproveitava para me apertar ainda mais. Fiz de conta que não estava notando. Quando vi que ele estava para descer, desci junto e o segui. Ele parou e perguntou se a gente se conhecia de algum lugar. Eu disse que não, mas que seria um prazer conhecê-lo. O garoto abriu um sorrisão. Nossa, aquele menino foi inesquecível. Achei que teria de ensiná-lo, mas, no fim, eu é que aprendi mil coisas com ele.

Outra vez, peguei um metrô . Assim que entrei no vagão, vi um lourinho lindo, tiposurfista. Não tinha mais do que 20 anos. Ele desceu na estação Belem, desci também. Falei claramente: ‘Adoraria transar com você, se possível, agora’. Dessa vez aconteceu no banheiro masculino do metrô mesmo. Os corredores estavam movimentados, sei lá se alguém me viu entrar. O risco faz parte da brincadeira. Depois saímos, cada um para o seu lado. Nem olhei para trás.

Desde que eu comecei a colocar em prática minhas fantasias, há cinco anos, nem chego a transar. Já deixei muitos homens loucos com um simples olhar cheio de malícia ou uma cruzada de pernas. Também gosto de ficar em pé e me encostar, de leve, nos homens acompanhados. Eu me sinto tão safada, tão desejada, nessas situações…

Faço isso por puro prazer. Nunca paguei para ter sexo.

Claro que minha vida não se resume a esse fetiche. Na maior parte do tempo, me dedico afamilia, sou uma mulher comum. Nos fins de semana, faço programas bem família: cinema, praia, restaurante com meu marido e minha filha. Sou mãezona. Ajudo nas lições dela. Cuido também do meu marido. Eu mesma compro suas roupas, ele é meio desligado para se vestir.

Não gosto nem de pensar no que aconteceria se um dia ele descobrisse que levo essa vida paralela. Acho que ele ficaria muito mal, até se separaria de mim. Só minhafilha sabe de tudo. Ela sempre foi minha melhor amiga. Confio nela até de baixo d’água. Ela acha que sou uma maluca, claro. Mas também morre de rir com minhas histórias.

Não me considero infiel. No começo, eu sentia uma pontinha de culpa, mas depois passou. Decidi ficar bem comigo mesma, realizada em todos os sentidos, sem trair meus pensamentos ou meus desejos. Acho que, se eu me reprimisse, aí, sim, seria infeliz e passaria essa angústia para o meu casamento. E nunca traí meu marido sentimentalmente. Essas aventuras foram carnais, nunca me envolvi com nenhum desses homens. Se me apaixonasse, talvez me sentisse infiel.

Preciso dar asas aos meus desejos. Pelo menos uma vez por mês dou uma escapulida e saio livre, leve e solta, me fazendo passar por outra mulher. Na verdade, eu permito que essa mulher saia da minha imaginação e ouse… Permito que ela ouse se divertir, gozar com quem for, ser desejada por quem bem entender. Não pretendo deixar de realizar minhas fantasias, por mais loucas que possam parecer.

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